sábado, 27 de março de 2010

Poucas Palavras

Vi uma cena na tv (daqueles filmes que passam à tarde) e me reconheci no menino acuado no canto da porta que se protegia, num processo fascinante de entrega ao medo. A ação daquele menino me pareceu tão contraditória: a sua resistência resulta numa entrega massacrante, que destrói o psicológico.
Foi com essa cena que percebi o quanto é preciso de coragem para se ter medo! Não são todos que sentem isso tão intensamente e de forma verdadeira.
Sabe quando a angústia aponta? Sabe quando se tem um nó na garganta?
Esse aparente preto e branco tem o colorido da coragem dentro de si...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Prece!

Eu nem lembrava mais que esse espaço existia! Adoro escrever, mas, ao me deparar com esse blog, lembrei que há muito tempo iniciei e abandonei com tanta facilidade esse trabalho por puro medo de arriscar. É... um tal de medo me dominou: me causava pânico expor alguns sentimentos sinceros que eu não conseguia calar.

No final das contas, foi até positivo esse meu esquecimento. Imagine só o que seria escrever aqui toda aquela novela que minha vida estava se configurando? Gente do céu... seria muito chororô! Um ano foi tempo suficiente para que eu conseguisse controlar mais o meu melodrama e, em vez de debulhar lágrimas pelo teclado, evidenciar o sentimento em si, sem atrair qualquer atenção para a pessoa que escreve!

Era exatamente isso: Eu escrevia aqui para atrair piedade, e olha que ridículo: não obtive sucesso algum! Consegui, sim, cansar de mim mesma e lamentar minha própria sorte! E isso é ridículo! Eu, que tenho em mim todo o sentimento do mundo, fazia questão de lançar para apreciação a dor, a tristeza, a decepção, o fracasso. Há quem diga que os textos de quem sofre são belos, porque são carregados de emoção... Confesso que comigo essa consideração nunca deu muito certo: além de ruins, meus textos eram cansativos.

Se me perguntarem como eu definiria minha temática, ou meu estilo, não conseguirei dizer! Não pretendo ser escritora, nem quero que me limitem como tal... a minha proposta, dessa vez, é a de não propor nada! Posso escrever esse texto hoje e nem lembrar mais que um dia fiz um blog...
Só tenho uma meta: a de tomar gosto e rotina por isso aqui, que pode vir a ser uma ferramenta para falar de sentimentos, não de pessoas, não da minha vida!

Amém!